
Esses dias alguém postou no Whatasapp a seguinte frase: Não gostou? Então, faça melhor!
E isso me machucou, me incomodou profundamente.
Essa frase, para mim, expressa a imensa competição que vivemos sobre o ser o melhor, faça melhor, tenha melhor… Só que não existe o melhor.
Assumir uma forma melhor de algo ser feito é assumir que existe um referencial perfeito de comparação. Não existe o perfeito.
Somos seres perfeitamente imperfeitos. A perfeição é uma utopia.
Assumir que alguém sabe ou vai fazer melhor é uma utopia.
Comece com a compaixão
Antes de iniciar o julgamento do que deveria ser melhor, ou o ideal, dê um passo para trás e chame a compaixão.
A primeira coisa que me vem em mente, quando eu vejo algo não legal é: compaixão para entender de coração essa pessoa.
Porque, uma pessoa que faz um “mau” trabalho, pode fazê-lo assim porque ela não tem outra referência a não ser aquela.
Algumas pessoas ainda retrucam: “poderia pelo menos ter feito com amor”.
Novamente, uma comparação utópica e sem sentido. Porque não existe um ideal de amor, uma forma universal de transmissão de amor.
Talvez, aquela forma “má” daquela pessoa de fazer o trabalho é o melhor que ela tem, é a própria visão de amor que ela tem.
Cada um tem a sua própria construção de mundo a partir das experiências que viveram. Algumas pessoas mal aprenderam o que é carinho, se elas não conheceram isso, elas não sabem o que é. Outras mal sabem o que é serem amadas, se elas mal conheceram isso, elas podem não saber como é da sua forma, elas só conhecem o que elas viveram.
Entretanto, o fato dela não ver o mundo da mesma forma que a sua, não quer dizer que ela não está fazendo de coração, ou com o maior e mais elevado amor que ela tem.
Tenha compaixão e entenda que talvez esse possa ser o melhor dela.
Substitua o melhor pelo o seu jeito
Como não existe um modelo de certo ou errado, ou de perfeição, não faz sentido nenhum em comparar trabalhos entre os melhores e os piores.
Porque não existe o modelo ideal.
Ao invés de criticar a forma do trabalho, comece entendendo o jeito da própria pessoa. Primeiro, porque ela pode estar fazendo com o seu maior e mais elevado amor, segundo porque pode ser o próprio jeito dela.
Cada um de nós expressa a sua criatividade, ou seja, a forma de criar da sua própria forma, com as suas próprias visões.
Não existe o melhor trabalho, existe o trabalho da sua forma.
Ao invés de colocar padrões de melhor ou pior, você pode definir os contornos do trabalho, do que ele deve ter, conter, o que não pode faltar. Depois que você define todas as restrições ou contorno do trabalho acontecer, daí entenda a forma da pessoa executar.
O trabalho ruim de alguém pode ser a falta de dados ou de contornos ou de restrições para o próprio trabalho. Não espere que alguém leia a sua mente para saber o que realmente deseja.
Deixe bem claro as suas intenções e aprenda a ver o trabalho dos outros como a sua expressão genuína de ser.
Fez sentido para você?
Você se compromete em olhar para o ser humano ao seu lado e entender que talvez ele esteja fazendo o seu melhor?
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